terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A KRIKA

Nessa região aqui do Norte do Paraná, divisa com o estado de São Paulo, tem uma batata, dessas de pacotinho mesmo, com um nome bastante curioso. Krika. Pra quem não sabe, esse nome é usado para designar as partes baixas da mulher....

É isso mesmo gente não se assustem.

A Krika é famosa por aqui. Ela fica lá esplendida na prateleira. Podemos até dizer que ela não fica lá, ela reina.

Mas aí acontecem situações engraçadas e um tanto quanto constrangedoras.

O fato se dá, quando o sujeito vai comprar a Krika. Primeiro, o cara verifica se não há mais ninguém no corredor. É, porque para se comprar uma Krika é preciso um pouco de privacidade. Como você se sentiria se te pegassem com a mão na botija, ou melhor, na Krika? Não pega bem...

Mas até aí tudo bem, fica só você e a Krika e ninguém mais. A cena seguinte é mais dificultosa ainda. Você deve esconder a Krika no carrinho, o que já está implícito que deve-se comprar um segundo produto qualquer. Porque se não, vão tapar a Krika com quê? Com a mão?

-Olha mãe, aquela garota ali tá com a Krika destampada!

É, com a Krika de fora não dá para ficar, se não, na certa são gozações e olhares de todos os lados.

Estou contando tudo isso, gente, porque eu precisei desenvolver todas essas técnicas ao longo dos anos. Apesar do nome, a danada é realmente boa.

Mas a pior parte ainda não chegou. Você se dirige ao caixa e a atendente, já conhecida de anos te diz:

-Ô seu Manuel, levando uma Krika hoje?! Volte aqui amanhã que a Krika vai entrar em promoção. Vai chegar Krika nova e baratinha.

Já imaginaram?

Milharares de olhares a sua volta. Todos tentando vem o sujeito que leva uma Krika.

Você implora para que ninguém te reconheça, quer sumir dali de todo jeito. Mas você tem que encarar, afinal é só uma batata, mesmo.

Olha, eu realmente não desejo isso a ninguém porque a coisa não é brincadeira, mas se derrepente vocês toparem com uma Krika por aí, não deixem de experimentar, porque ela é boa mesmo. Garanto que ninguém vai se arrepender. Vale a pena e o sacrifício também

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

SAUDOSO CARLINHOS

Temos uma péssima mania de achar que as pessoas estarão eternamente lá, onde elas exercem sua função, para nos servirem.

Toda minha família, freqüentava um joalheiro de confiança, chamado Carlinhos.

O Carlinhos era famoso aqui em casa. Era freqüente conversas do tipo:

-Ah, hoje depois do trabalho vou dar uma passadinha lá, preciso que ele concerte umas coisinhas para mim.

-Então, já que você vai lá, pergunte pra ele como anda o colar que ele ficou de terminar pra mim.

Isso aqui, era quase rotina.

Depois de um tempo começamos a reparar que a loja dele vivia fechada, achamos estranho, mas pensamos que ele devia ter viajado. Ele é cheio dessas coisas mesmo.

Mas sumiu por muito tempo.

Até que um certo dia, minha mãe foi na sapataria que fica ao lado da joalheria e resolveu perguntar o que tinha acontecido com o Carlinhos. O sapateiro começou a chorar e espantado dela ainda não saber, disse que o Carlinhos tinha morrido em Setembro, isso que nós já estavamos em Dezembro.

Eu soube e não me conformei até hoje. Ele era jovem. É aquele tipo de notícia que você jamais espera.

Para mim o Carlinhos estará sempre lá quando eu precisar concertar alguma coisa. Ele sempre estava quando eu precisava. Era alguém que eu podia contar e para mim, ainda posso. É como se ele não tivesse morrido, e com certeza está viajando, tirando umas férias, negociando ouro por aí. Vai saber.

Nós contamos com esse tipo de pessoa o tempo todo, e muitas vezes não percebemos que elas exercem um papel fundamental em nossas vidas. E quando não as temos mais, vemos a falta que elas nos faz.

Já notaram isso? Reparem se vocês tem alguém assim e comecem a valorizá-lo hoje, porque pode ser que amanhã ele não esteja mais aqui para te atender.

Saudoso Carlinhos, sentimos sua falta.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O TAXISTA

Aula de filosofia, todos super concentrados nas histórias hilárias do professor,, quando ele resolve sei lá porque, já que não tinha nada a ver com os filósofos Pré-Socráticos que estávamos aprendendo, contar essa história. Não teve um que não riu!!! É hilária!!! Quis contemplar os leitores com ela.

Uma vez ele estava no Rio de Janeiro e foi pegar um taxi para ir a uma palestra que daria naquele dia. Pois bem, ele entra no táxi e o motorista vira pra ele na lata e diz:

-Eu odeio gordo.

-Vc ta me chamando de gordo?

-Não, você não é gordo, mas o cara que saiu é.

-Ah entendi...

-Você não se incomoda de olhar para um gordo?

-Eu? Eu não, acho normal.

-Eu num sei, eu tenho aquele negócio quando você tem horror de alguma coisa, como chama mesmo?

-Fobia?

-É, é isso eu tenho fobia de gordo. Acho gordo um desleixo. Você consegue olhar pra um gordo?

-Sim, consigo, normal

-Sei...Minha mulher não é gorda

-Há...Parabéns então, já que você não gosta de gordo, tá certo ela não ser

-É, ela é feia, mas não é gorda

-Mas você disse isso pra ela?

-Claro!!! Se eu não falar, quem mais vai falar? Esses tempos ela inventou de fazer cotóx, é isso?

-Botox?

-Isso mesmo, botox, plástica, essas coisas. Daí eu falei pra ela que isso não resolve, que é igual reforma, se você mexe numa coisa tem que consertar outra também.

-Mas sua mulher não briga com você quando você fala essas coisas pra ela?

-Não, ela é boa sabe. Meu pai sempre me disse que pra escolher uma mulher ela tinha que saber cozinhar, lavar não porque é fácil, mas passar também que é difícil.

-E sua mulher cozinha e passa?

-Não. nehum dos dois...

-E seu pai sabe disso?

-Não

-Mas você não mente pra sua mulher e mente pro seu pai?

-Não, eu não minto eu só não conto...Quando ele vai em casa eu que cozinho, mas ele pensa que é ela, aí fica tudo bem e não existe mentira, tá vendo?


Olha só o que é a cabeça do cidadão, vê se pode, bem brasileiro mesmo....

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

É A GRIPE SUÍNA GENTE!!!

É a gripe suína gente! Já viram que não se fala em outra coisa!!!

Hoje começaram as aulas aqui em São Paulo e como todos podem imaginar, ônibus cheios, transito mais lotado ainda e além de tudo isso o desespero geral da população com a nova peste! Aí vem as precauções normais, álcool gel, banheiros lotados, mas também vem as precauções bizarras. Hoje no ônibus uma menina passava álcool gel na mão compulsivamente, como se aquilo exterminasse todas as chances de ela pegar o vírus. Peraí!!! Não precisa ser assim também!!!

Na sala se alguém tossia ou espirrava, você sentia que a respiração parava no ar como se por alguns instantes, todo mundo morresse. Olha só o que o medo faz né?

E se alguém contasse que tinha ido viajar pro Sul nas férias? Batata!!! O coitado era excluído da turma, ninguém se aproximava, dele durante toda a aula.

Agora no banheiro, um cartaz gigante: “COMO LAVAR CORRETAMENTE AS MÃOS” . Bizarro, era mais ou menos assim: Lave entre os dedos, na parte de cima das mãos, as unhas, as pontas dos dedos, a palma da mão, e tudo isso com as fotos ilustrativas. Só faltavam eles colocarem um do lado: “APRENDE AQUI COMO ESPIRRAR CORRETAMENTE”. Se o seu espirro for médio, coloque apenas uma mão na frente, se forte espirre com as duas mãos e depois as lave seguindo o cartaz ao lado....

Se você seguisse os passos do cartaz no mínimo você gastaria 5 minutos espirando e mais 5 lavando sua mão!!!! Mais o tempo que você perde no trânsito, mais o tempo que você perde escutando na TV as campanhas do governo que até agora só ajudaram para assustar a população!

Não sério o pessoal passava, olhava o cartaz, ria e lavava a mão normalmente! Vai saber né?

E álcool gel na sala que era bom, naaaada!

Mas sério eu to me divertindo com tudo isso, tem gente que acredita até que é resistente ao vírus, hoje viraram pra mim e falaram: Eu não pego essa gripe, acabei de voltar do Chile, fui visitar um amigo que estava na Argentina e ontem conversei com um cara que me disse estar contaminado.

A resposta: Sei, legal, mas eu tenho que ir...

Na hora, saí sem mais uma palavra. Eu em???!!!!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

CABOCLO, O AUTOR DAS INVENÇÕES

Aqui na fazenda, isqueiro é binga, cigarro é paieiro, mas calma, não se assutem, esse tem explicação, é que aqui caboclo fuma cirrago de palha, que é com fumo comprado mesmo, portanto o cigarro é, paieiro.

Se você já ouviu algumas dessas expressões por aí, então está apenas ''alembrando'' delas.

É, aqui tem umas coisas estranhas mesmo, muitas, nem a gente que convive diariamente com eles, entende, mas a cada dia é uma descoberta nova.

Você precisa ouvir a nova palavra umas duas vezes para se acostumar com ela, mas depois você aprende e pega o jeito da coisa. Sem contar que eles são muito criativos também.

Quando na sua casa, alguma coisa refletir, ela não está dando reflexo, ela está dando ar.

Outra boa, é que aqui o registro, virou rezistro. O raio-x é conhecido como rao-x, ou então, raul-x.

E também tem uma cara aqui que se chama Pedro Assolari, todo o pessoal conhece ele como Pedro Solar. Deve ser algum descentende do Sol, né?

E para mim a melhor de todas: caboclo na hora do aperto, ele faz suas necessidades no mato mesmo e quando um compadre chega pro outro e pergunta onde está o outro que sumiu, eles dizem com a naturalidade de uma criança que sabe o que quer:

-Ah o João? O João foi fazer uma viagem.

Esses dias aconteceu uma com meu pai que até hoje a gente tira sarro dele por causa disso.

Foi assim, meu pai estva com uma turma de boias-fria aqui na fazenda, aí meu pai precisava falar com o líder do grupo, que aqui é sempre chamado de gato, por sinal.

Ele procurou o sujeito por todo lado e não achou, até que ele chegou para um bóia-fria e perguntou:

-Onde o Tião está?

-Ah Doutor, o Tião foi fazer uma viagem.

Meu pai, que ainda não conhecia a expressão respondeu, ingênuamente:

-Mas como assim ele foi viajar? Eu preciso falar com ele? Ele deixou vocês aqui, sozinhos?

É, ele não entendeu nada, mas aprendeu, com certeza.

Eu só sei que aqui, o mundo é igualzinho aí, onde você está, mas o caboclo o interpreta com o seu modo de ver as coisas, e isso torna o dia a dia da gente mais legal. Para eles é rotina, mas a gente se diverte.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

HOMEM URSO, UMA NOVA ESPÉCIE

"Homem é tudo igual". Essa velha e boa frase todo mundo está careca de ouvir, mas eu discordo. Existe um caso a parte e muito peculiar. É como se fosse uma nova espécie de animal.

O homem que eu vou falar aqui, não é muito conhecido ainda, mas com certeza vocês, leitores, vão identificar algumas caracteristicas típicas do homem-urso, espero eu, pois eles estão por toda parte. É só olhar em volta. Estamos cercados deles.

Não vão vocês pensarem que eu vou falar daquele que mora lá na floresta e estuda a vida desses fantásticos animais. Não, não é isso. É algo mais próximo da nossa realidade.

Para começar, eu não poderei deixar de falar que o homem-urso é um pouco sujo, aliás como a maioria dos homens que a gente conhece (que eles me desculpem mas eu terei de ser sincera).

Esse tipo de homem tem hábitos comuns de homem, mas para uma visão feminista da coisa, eles são mais porcos que os normais. Eles vivem pedindo para que a pobre vítima que está perto coce suas costas. Calma, isso tem uma explicação lógica. O homem-urso, durante o banho, (tirando aqueles que nem tomam), não conseguem alcançar as costas para dar uma boa lavada nesta parte, aí vai acumulando sujeira, acumulando sujeira e vive coçando. Mas lembrem-se, isso também pode acontecer por puro relaxo ou até mesmo preguiça. Sim, porque quando não estão acordados, estão dormindo, a maioria do tempo. Que vocês já subentenderam que é a maior parte do dia, da semana, do ano, quem sabe... Aliás, eles nem dormem, eles hibernam. Coisas típicas de urso. É uma coisa de instinto, sabe? Vem de dentro.

Esse tipo de homem causa espanto nas ruas, pois não está nem aí para os outros e escarra em plena calçada como se fosse a coisa mais normal do mundo, sem falar dos gases que não tem hora nem lugar. Imagino que eles sejam balões ambulantes, loucos para explodirem.

Mas o que mata mesmo, e acho que toda mulher deve odiar, é aquela ajeitadinha lá, é isso mesmo que vocês estão pensando, lá embaixo, no vão das duas pernas. Aquilo acaba com qualquer um que estiver por perto, a menos que ele também seja um homem-urso, aí tudo bem, pode escarrar, coçar, peidar (mil perdões), cuspir que não tem problema nenhum.

Eles também tem mania de deixar todo e qualquer tipo de roupa jogado em qualquer lugar da casa. Vão deixando rastros pelo caminho. Por onde quer que passem deixam algum vestígio. Isso pode até ser considerado como vantagem, pois vai ser impossível não notar a presença deles. Além de que, é claro, eles possuem um cheiro típico. Mulheres, vocês já repararam? É uma coisa específica, não dá para descrever, mas é algo assim, selvagem, eles próprios não percebem, mas é algo notável, com certeza.

Olha, não importa como o seu homem seja, em algum momento de sua vida, ele revelará características de homem urso. Atenção!!! Ele poderá ser limpinho, um gentleman, educado pode ate ser tudo isso junto, mas antes de tudo ele será um homem urso.

Essa crônica eu dedico aos meus primos Paulo e Pedro. Eles sabem muito bem o que é ser um homem urso.

sábado, 6 de junho de 2009

FOMOS ENGANADOS

Nesses tempos atrás, meu pai estava contando, que quando ele era criança e tinha aqueles almoços de família, todos os adultos se reuniam na mesa e o assunto era só para os adultos, as crianças não podiam dar palpites e nem mesmo ficar ali por perto.

Meu pai disse que eles se sentiam uma nada, era como se eles não existissem.

O único jeito, então, era todos os primos brincarem em outro lugar, no pátio, lá fora... E eles aprontavam todas, com o único objetivo de chamar atenção dos adultos, que tanto os desprezavam.

Eles podiam se bater, andar de ponta cabeça, fazer mímica, teatro, manha, quebrar braço, perna, qualquer coisa que eles não estavam nem aí. As crianças eram pobres coitados, sedentos de atenção.

Depois disso comecei a pensar que a minha infância,com certeza foi melhor, ou um pouco melhor que isso.

Conseguiamos a atenção dos adultos através de manhas e artes. Nós tinhamos técnicas, eramos experts no assunto.

Mas eu me lembro que eles também tinham técnicas. Por exemplo: a gente vivia se estrupiando, se rasgando, ainda mais por morar na fazenda, e quando a gente chegava para eles chorando (50% era fingimento, mas isso não vem ao caso), como se o mundo fosse acabar naquele instante, eles nos diziam com aquela voz calma:

-Ah, isso não foi nada. Quando casar sara, você vai ver.

Essa era a técnica deles. Nesse instante a gente parava de chorar, mesmo que não fosse na hora, mas parava. Sei lá porque... Acho que a gente era inocente de mais, ou então, essa era a nossa frase de consolo. Éramos convencido simplesmente com essas palavras.

O mega-machucado de antes se transformava em nada, em um mero cortinho.

Só quem já viveu essa situação sabe a sensação a que estou me referindo. Era uma coisa única e imediata.

É, e a gente achando que era mais esperto que eles. Que nossas técnicas eram infalíveis.

Espertos eram aqueles adultos, bem mais que nós...