segunda-feira, 26 de outubro de 2009

SAUDOSO CARLINHOS

Temos uma péssima mania de achar que as pessoas estarão eternamente lá, onde elas exercem sua função, para nos servirem.

Toda minha família, freqüentava um joalheiro de confiança, chamado Carlinhos.

O Carlinhos era famoso aqui em casa. Era freqüente conversas do tipo:

-Ah, hoje depois do trabalho vou dar uma passadinha lá, preciso que ele concerte umas coisinhas para mim.

-Então, já que você vai lá, pergunte pra ele como anda o colar que ele ficou de terminar pra mim.

Isso aqui, era quase rotina.

Depois de um tempo começamos a reparar que a loja dele vivia fechada, achamos estranho, mas pensamos que ele devia ter viajado. Ele é cheio dessas coisas mesmo.

Mas sumiu por muito tempo.

Até que um certo dia, minha mãe foi na sapataria que fica ao lado da joalheria e resolveu perguntar o que tinha acontecido com o Carlinhos. O sapateiro começou a chorar e espantado dela ainda não saber, disse que o Carlinhos tinha morrido em Setembro, isso que nós já estavamos em Dezembro.

Eu soube e não me conformei até hoje. Ele era jovem. É aquele tipo de notícia que você jamais espera.

Para mim o Carlinhos estará sempre lá quando eu precisar concertar alguma coisa. Ele sempre estava quando eu precisava. Era alguém que eu podia contar e para mim, ainda posso. É como se ele não tivesse morrido, e com certeza está viajando, tirando umas férias, negociando ouro por aí. Vai saber.

Nós contamos com esse tipo de pessoa o tempo todo, e muitas vezes não percebemos que elas exercem um papel fundamental em nossas vidas. E quando não as temos mais, vemos a falta que elas nos faz.

Já notaram isso? Reparem se vocês tem alguém assim e comecem a valorizá-lo hoje, porque pode ser que amanhã ele não esteja mais aqui para te atender.

Saudoso Carlinhos, sentimos sua falta.