quarta-feira, 17 de junho de 2009

HOMEM URSO, UMA NOVA ESPÉCIE

"Homem é tudo igual". Essa velha e boa frase todo mundo está careca de ouvir, mas eu discordo. Existe um caso a parte e muito peculiar. É como se fosse uma nova espécie de animal.

O homem que eu vou falar aqui, não é muito conhecido ainda, mas com certeza vocês, leitores, vão identificar algumas caracteristicas típicas do homem-urso, espero eu, pois eles estão por toda parte. É só olhar em volta. Estamos cercados deles.

Não vão vocês pensarem que eu vou falar daquele que mora lá na floresta e estuda a vida desses fantásticos animais. Não, não é isso. É algo mais próximo da nossa realidade.

Para começar, eu não poderei deixar de falar que o homem-urso é um pouco sujo, aliás como a maioria dos homens que a gente conhece (que eles me desculpem mas eu terei de ser sincera).

Esse tipo de homem tem hábitos comuns de homem, mas para uma visão feminista da coisa, eles são mais porcos que os normais. Eles vivem pedindo para que a pobre vítima que está perto coce suas costas. Calma, isso tem uma explicação lógica. O homem-urso, durante o banho, (tirando aqueles que nem tomam), não conseguem alcançar as costas para dar uma boa lavada nesta parte, aí vai acumulando sujeira, acumulando sujeira e vive coçando. Mas lembrem-se, isso também pode acontecer por puro relaxo ou até mesmo preguiça. Sim, porque quando não estão acordados, estão dormindo, a maioria do tempo. Que vocês já subentenderam que é a maior parte do dia, da semana, do ano, quem sabe... Aliás, eles nem dormem, eles hibernam. Coisas típicas de urso. É uma coisa de instinto, sabe? Vem de dentro.

Esse tipo de homem causa espanto nas ruas, pois não está nem aí para os outros e escarra em plena calçada como se fosse a coisa mais normal do mundo, sem falar dos gases que não tem hora nem lugar. Imagino que eles sejam balões ambulantes, loucos para explodirem.

Mas o que mata mesmo, e acho que toda mulher deve odiar, é aquela ajeitadinha lá, é isso mesmo que vocês estão pensando, lá embaixo, no vão das duas pernas. Aquilo acaba com qualquer um que estiver por perto, a menos que ele também seja um homem-urso, aí tudo bem, pode escarrar, coçar, peidar (mil perdões), cuspir que não tem problema nenhum.

Eles também tem mania de deixar todo e qualquer tipo de roupa jogado em qualquer lugar da casa. Vão deixando rastros pelo caminho. Por onde quer que passem deixam algum vestígio. Isso pode até ser considerado como vantagem, pois vai ser impossível não notar a presença deles. Além de que, é claro, eles possuem um cheiro típico. Mulheres, vocês já repararam? É uma coisa específica, não dá para descrever, mas é algo assim, selvagem, eles próprios não percebem, mas é algo notável, com certeza.

Olha, não importa como o seu homem seja, em algum momento de sua vida, ele revelará características de homem urso. Atenção!!! Ele poderá ser limpinho, um gentleman, educado pode ate ser tudo isso junto, mas antes de tudo ele será um homem urso.

Essa crônica eu dedico aos meus primos Paulo e Pedro. Eles sabem muito bem o que é ser um homem urso.

sábado, 6 de junho de 2009

FOMOS ENGANADOS

Nesses tempos atrás, meu pai estava contando, que quando ele era criança e tinha aqueles almoços de família, todos os adultos se reuniam na mesa e o assunto era só para os adultos, as crianças não podiam dar palpites e nem mesmo ficar ali por perto.

Meu pai disse que eles se sentiam uma nada, era como se eles não existissem.

O único jeito, então, era todos os primos brincarem em outro lugar, no pátio, lá fora... E eles aprontavam todas, com o único objetivo de chamar atenção dos adultos, que tanto os desprezavam.

Eles podiam se bater, andar de ponta cabeça, fazer mímica, teatro, manha, quebrar braço, perna, qualquer coisa que eles não estavam nem aí. As crianças eram pobres coitados, sedentos de atenção.

Depois disso comecei a pensar que a minha infância,com certeza foi melhor, ou um pouco melhor que isso.

Conseguiamos a atenção dos adultos através de manhas e artes. Nós tinhamos técnicas, eramos experts no assunto.

Mas eu me lembro que eles também tinham técnicas. Por exemplo: a gente vivia se estrupiando, se rasgando, ainda mais por morar na fazenda, e quando a gente chegava para eles chorando (50% era fingimento, mas isso não vem ao caso), como se o mundo fosse acabar naquele instante, eles nos diziam com aquela voz calma:

-Ah, isso não foi nada. Quando casar sara, você vai ver.

Essa era a técnica deles. Nesse instante a gente parava de chorar, mesmo que não fosse na hora, mas parava. Sei lá porque... Acho que a gente era inocente de mais, ou então, essa era a nossa frase de consolo. Éramos convencido simplesmente com essas palavras.

O mega-machucado de antes se transformava em nada, em um mero cortinho.

Só quem já viveu essa situação sabe a sensação a que estou me referindo. Era uma coisa única e imediata.

É, e a gente achando que era mais esperto que eles. Que nossas técnicas eram infalíveis.

Espertos eram aqueles adultos, bem mais que nós...